quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sombras

As dores agora me são bem vindas
O ódio corroeu a vã fantasia de felicidade
Agora é só frio.
Este é o insólito relato de um condenado,
Grito de sofrimento silencioso.
É quando os ventos sopram o medo,
Tudo é confuso e incerto.
Solidão acompanhada de cigarros e álcool,
Respostas do fundo do copo
Madrugadas de alucinações e terror
Figuras de mim.
Restam os pedaços de uma alma atormentada,
O retrado imundo da decadência.
Avesso da vida,
O começo de qualquer tragédia.
(Autor: Marcelo Araujo)

Em meu quarto...

Cigarros, incensos, livros...
Meu horizonte finito,
As paredes mais crueis.
Um mundo visto de longe,
Sem vida, sem ação.
Prisioneiro de mim,
Sou o carrasco,
Meu crime, minha culpa.
A vida me foge as mãos,
Eu me escondi de tudo.
Morte à espreita,
Deitada na cama;
E o tempo passa
Emoldurado na janela.
(Autor: Marcelo Araujo)

Ecos do passado

A poeira rasteira das lembranças guiam os dias mais lentos que agora fazem parte de tudo que sou. Perco-me no infinito dos sonhos não realizados, e simplismente entorpeço-me em doses amargas de álcool e analgésicos.
Os tolos olham com otimismo a vantagem de mais um dia, enquanto eu lamento profundamente cada amanhecer. Escondi nas sombras todo o brilho dos momentos outrora aproveitados com sorrisos e vigor. Minha prisão é o tempo.
Angustiado sigo indolente esperando o pretenso descanso prometido, descanso este que nem sei se mereço. Levo comigo a dor e a saudade; sei que assim será sempre. Não obstante sonhei com dias felizes, quando tudo parecia colorido e vivaz. Estes sonhos, perdidos ao despertar, jogam-me sem piedade de volta ao frio infernal da realidade.
(Autor: Marcelo Araujo)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Temptations

Em ti está o meu sopro de vida. Foi contigo que voltei a perceber as cores do mundo, o azul profundo nos instantes de felicidade plácida que encontrei em cada amanhecer ao teu lado, senti o vermelho apaixonante de cada beijo teu, e assim ressurgiu em mim a vontade de pintar com luzes brilhantes o retrato da alegria de te ter comigo.
É um incompreensivel e inconstante jogo de sentimentos que me surgem quando estou longe de ti. Odeio-me por não estar a altura dos teus castanhos olhos para mostrar que, mesmo de forma confusa e atrapalhada, amo-te desesperadamente. Amo cada momento que estive em tua companhia sentindo o calor de teu toque e a vibração constante da emoção que está em teu abraço. Sinto-me fraco numa espécie de nostalgia profunda e pessimista por sentir que estás distante das minhas esperanças de te ter comigo para sempre em todo tempo.
Quero-te além da vida, além da realidade, além do mundo. Tento e tentarei te encontrar neste meu insensato, porém sincero desejo de te amar. É um desejo de corpo, desejo de alma... Enfim, este é o desejo de minha vida.
(Autor: Marcelo Araujo)

Desterro

Voltei ao inferno.
Mundo frio e monocromático
De sentimentos vazios,
Sonhos perdidos,
E razão sem sentido.
Loucura constante de um condenado
Escondido em lembranças
Vagando solitário em caminhos de dor.
Seguro do eterno desespero
Aspiro por dias que se foram
Mas só respiro o ópio da saudade.
(Autor: Marcelo Araujo)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ode a alguém

Felicidade instantânea conheci,
E por mais que digam "que seja eterno enquanto dure"
Apenas eu posso compreender o vazio...
O vazio assistido pelo meu copo e meus cigarros
Este vazio que teima em me acompanhar nas noites mais comuns
Nos dias de sempre, ou no sorriso amarelo que teimo em compartilhar.
(Autor: Marcelo Araujo)