quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Prefiro estar só. Andar com minhas próprias sombras, meus demônios, meus medos... Quero ser a expressão do único, a palavra final, o suspiro de resignação na morte. Sinto as dores de ser um coletivo vazio, sem ideias, sem direção. Sou a interrogação da unanimidade sem sentido, preciso de liberdade, quero voar.
Agora vejo por onde seguir, ou melhor, por onde não seguir. Devo tornar-me recluso em meus sentimentos mais frios e ocultos. Conhecer-me o suficiente, ser quem realmente sou. Por que viver a vida de uma sociedade para qual sou invisível? Por que vivenciar as experiências de outras pessoas? Posso entrar no meu vale de sombras e encontrar minha vida real.
Sê pois quem puderes ser apesar de toda interferência. Violência maior cometida é suprimir teu direito de escolher como agir, por mais estranho que possa parecer.
(Por: Marcelo Araujo)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Soneto do Vício

Deveria entorpecer-me
Esquecer por um segundo
Todas as dores do mundo
E a derrota que consome.
Serei um poeta sem nome
Menestrel falido, imundo
Caindo em poço sem fundo
Nas noites que seguem insone.
Perco sentidos por simpatia
No frio de meu sofrimento
Calado por risos constantes
Escuso em droga sombria
Faz-se da luz um lamento
E segue a vida como nunca antes.
(Por: Marcelo Araujo)