quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A paciência me deixou

Por quanto tempo os deixarei de fora?
Quem são esses invisíveis por quem passei agora?
Se quer sei seus nomes,
Nem mesmo os olhei nos olhos.
Este é o fantasma de minha indiferença, de nossa indiferença.
É a incapacidade de olhar o outro, é o medo.
Nossos passos seguem a sós numa multidão de anônimos
Sem rosto, sem gosto, sem vida.
Somos uma legião de um homem só
Um mundo de vidas covardes, egoístas e únicas.
E este séquito de sombras vazias insistem em acompanhar
É inútil, não vamos dar atenção
O que importa é a face estampada no espelho.
Que importância haveria em seus nomes?
Por que saber quem eles são?
Estamos vivos e também invisíveis, isso basta.
Cantemos a nossa solidão!
Vamos ouvir o som do silêncio dentro de nós!
A paciência me deixou.
E agora o que resta...
Não sei dizer.
(Autor: Marcelo Araujo)